Novas técnicas de FIV utilizam células-tronco, transplante de útero e uma medicação experimental que fortalece o endométrio, ajudando mulheres a engravidar
Recentemente, cientistas avançaram no campo da reprodução assistida. Com isso, muitas mulheres podem conseguir realizar o sonho da maternidade. Novos estudos incluem medicamentos que pretendem melhorar substancialmente as taxas de sucesso dos tratamentos de fertilidade.
E outras pesquisas sinalizam o sucesso de abordagens como o transplante de útero. Já avanços tecnológicos evitam procedimentos invasivos na busca por uma gestação.
Novas técnicas de FIV
Agora, novas técnicas de FIV fazem uso de um medicamento via oral e não hormamonal na rotina de mulheres que querem ter filhos. No caso, o remédio OXO-001 elevou as taxas de implantação de embriões e nascimentos vivos em pacientes que passaram por fertilização in vitro ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides.
Como funciona a medicação
A medicação atua diretamente no endométrio, o revestimento interno do útero, a fim de melhorar a chance de implantação embrionária e as taxas de gravidez. O estudo OXOART2, executado em 28 centros na Europa, revelou que o OXO-001 registrou uma alta expressiva das taxas de gravidez e de nascimentos vivos em comparação com o placebo. Para os cientistas, essa alternativa renova a esperança de pacientes.
Implantação embrionária
Por sua vez, a implantação embrionária é uma das etapas determinantes do processo de FIV, segundo a médica Melissa Cavagnoli, integrante da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Ela diz que o uso do OXO-001 é relativamente fácil, e por um tempo relativamente curto.
Já o transplante de útero também surge de forma significativa na medicina reprodutiva. Em 2011, ocorreu o primeiro procedimento bem-sucedido. Hoje, a técnica tem permitido que mulheres com infertilidade absoluta em razão da ausência ou anomalias uterinas engravidem.
Dallas Uterus Transplant Study (DUETS)
Até maio de 2024, mais de 70 nascimentos vivos foram registrados no mundo. É o que indica o Dallas Uterus Transplant Study (DUETS), que avaliou a segurança e a eficácia do procedimento. Neste caso, as participantes com infertilidade absoluta passaram por fertilização in vitro antes do transplante. O protocolo teve um rígido monitoramento da rejeição do novo órgão e cuidados obstétricos especializados durante a gestação.
Imunossupressão
O Duets acompanhou 20 mulheres transplantadas, sendo bem-sucedido em 70% das receptoras, relacionado a pelo menos um nascimento vivo para cada uma delas. As participantes receberam imunossupressão até que o órgão fosse removido após um ou dois partos, ou quando o enxerto falhasse.
Por fim, segundo os pesquisadores, o maior desafio é não conseguir atender à demanda por transplante de útero. Isso porque muitas mulheres estão interessadas nesse procedimento. O transplante de útero acarreta em uma taxa de sucesso igual ou maior em comparação a outros tratamentos de infertilidade, como a FIV. Além disso, as crianças nascidas após o transplante de útero são saudáveis e se desenvolvem normalmente.
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