Ter um bebê prematuro é um desafio para muitas famílias, pois nem todas estão preparadas para que a criança chegue antes da hora
Geralmente, com nove meses de gravidez é que é chegada a tão sonhada hora de ver o rostinho do bebê. No entanto, muitas mães relatam como é a experiência de ser mãe e pai de um prematuro. Neste artigo, elas falam de como é a adaptação a uma rotina ainda desconhecida e em casos que o filho necessita de internação hospitalar.
Como é ter um bebê prematuro na pandemia
É o caso da dona de casa Georgiana Martins, 18 anos, mãe de Joaquim:
“Ser mãe de prematuro para mim foi uma surpresa. É saber que o amor chegou mais cedo e, por isso, ficamos ansiosos para ver que ele ficou bem.”
O garotinho nasceu em meio à pandemia de Covid-19, de 30 semanas, no dia 14 de julho, num hospital de Sobral, no estado do Ceará. Na ocasião, ele precisou ser transferido onde dias depois para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), do Hospital Regional Norte (HRN), da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado.
Portanto, ter o acolhimento adequado nesta situação é fundamental, relembra a mãe que contou com acompanhamento psicológico na unidade:
“O acolhimento é muito bom aqui no HRN. Tanto o cuidado com os nossos filhos quanto conosco que estamos vivendo um momento muito frágil.”
Atendimento psicológico sobre ter um bebê prematuro
Beatriz Albuquerque, psicóloga do HRN, conta que as mães de bebês internados na UTIN recebem, prioritariamente, atendimento psicológico.
Além disso, elas recebem todo suporte necessário, que também é estendido à família. Sendo assim, eles acabam entendendo o que é ter um bebê prematuro e como lidar com esta condição. Então, cria-se um vínculo entre mãe e filho:
“A maior parte das mães de prematuros não tem um contato prévio com a prematuridade. Então, esse processo acaba sendo inesperado e antecipado para ela.”
Acolhimento
É ainda na Obstetrícia que se começa o acolhimento dos pais de bebês prematuros no HRN. No caso, os recém-nascidos vindo de outros hospitais, o primeiro contato é realizado pelas equipes do Banco de Leite, da Neonatologia e da psicologia. Em seguida, a equipe permite que a mãe conheça a rotina da Neonatologia, além de fornecer informações importantes sobre a prematuridade.
Neonatologia mais de perto
Neste ambiente surgem mais histórias curiosas de mães de filhos prematuros. O local é responsável por atender pacientes de 55 cidades da Região Norte do Ceará. Hoje, a neonatologia do HRN conta com 44 leitos. Já o acompanhamento das equipes continua mesmo após a alta hospitalar. Além disso, os bebês retornam para consultas periódicas até que estejam recuperados e as famílias, adaptadas. Sobre isso, Maria Cristiane Soares de Lemos, enfermeira e coordenadora da Neonatologia do HRN, ressalta:
“Os bebês não são crianças pequenas, são prematuros. O desafio é entender que eles têm uma curva específica de peso e altura, têm o sistema imunológico mais frágil e precisam de um cuidado adequado e o envolvimento da família.”
Primeira experiência
Nascido em 28 de abril deste ano, em São Benedito, a 28 km de Sobral, o pequeno Francisco Kauê veio ao mundo com apenas 25 semanas de gestação. De uma hora para a outra a rotina de sua mãe, a jovem Ana Paulina Fontenele, 22 anos, foi alterada e ela teve que se adaptar a ter um bebê prematuro.
“Eu já tinha visto um bebê prematuro, mas não imaginava que eu também passaria por essa experiência. Graças a Deus estamos firmes e fortes. Tenho esperança de que logo estaremos em casa.”
À época, o recém-nascido precisou ser encaminhado para a UTIN e ainda passou por outras duas unidades do HRN. Sobre isso, sua mãe afirmou:
“Fui orientada quando cheguei aqui. Sempre me disseram como estava a saúde dele, que estava em estado grave e que precisava de muitos cuidados. Também fiz acompanhamento psicológico e consegui desabafar um pouco mais.”
Assim como Ana Paulina e Georgiana, muitas outras mães enfrentam o mesmo desafio em outras regiões do Brasil. Portanto, é fundamental que o local tenha uma boa UTIN para receber os bebês. No casos das jovens mamães, correu tudo bem com seus filhos graças ao suporte emocional que receberam.
*Foto: Divulgação