Vozes femininas é fruto de projeto escolar, com produção da TV Assembleia que busca elevar autoestima das famílias a partir das histórias de superação das mães de alunos da Escola São José
Na quinta-feira, 23, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), em parceria com a Secretaria Estadual de Educação (Seed), lançou o documentário “Mulheres que fazem história, mas não estão nos livros de história: as vozes femininas na comunidade da Escola Estadual São José”. Além do filme, foi lançado no evento um livro virtual (e-book) com os resultados do projeto escolar. O evento ocorreu no Plenário Noêmia Bastos Amazonas e contou com alunos, professores e as mães protagonistas das histórias inspiradoras do projeto.
Vozes femininas – o documentário
A produção audiovisual que fala sobre as vozes femininas na comunidade da Escola Estadual São José é uma iniciativa da TV Assembleia (canal 57.3). Ele nasceu a partir de um projeto desenvolvido na Escola São José, que em 2023 completa 99 anos de funcionamento, em parceria com o Programa de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o qual buscou elevar a autoestima das famílias, a partir das histórias de vida das mulheres.
O presidente da Casa Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos) destaca o papel do Parlamento estadual em fomentar projetos como este, que agregam família e escola e, que por meio da TV Assembleia despertará a reflexão sobre o importante papel das mulheres na sociedade.
“Esta Casa tem trabalhado pela valorização da comunidade escolar e o projeto da escola São José é um exemplo positivo e um modelo, que por meio da TV Assembleia, ganhou muito mais do que um registro, ganhou a possibilidade de inspirar alunos, professores e gestores de todo o estado”, disse.
Cartas de alunos
Contudo, foi a partir de cartas escritas pelos alunos, que as emocionantes histórias de mães, tias e avós foram contadas. E isso tudo serviu de inspiração e de modelo de superação aos membros da comunidade escolar. Os bolsistas do Pibid auxiliaram nas leituras das cartas e na condução do projeto, todos assistidos pela orientadora do Programa da UFRR, professora doutora Luzineth Rodrigues da Silva.
“O impacto é profundamente positivo, pois celebraremos as vitórias de inúmeras mulheres que, embora não estejam registradas nos livros de história, desempenham papéis relevantes na sociedade. Todas essas mulheres contribuem de maneira significativa para a nossa comunidade, e é crucial reconhecer a relevância única que cada uma delas possui”, destacou Hstéffany Muniz, professora de História e supervisora do projeto na escola São José.
Destaques da produção do Vozes femininas
Por outro lado, dentre os tantos relatos, o documentário dá um tom especial à narrativa de duas mães: a primeira é Solange Sousa, microempreendedora que começa o dia às 4h da manhã para vender lanches. Já a segunda é Maria Betânia, indígena da etnia macuxi que divide a vida entre a criação dos filhos e a profissão de professora no interior do Estado.
Desenvolvimento do projeto na Escola São José
A TV Assembleia acompanha desde maio deste ano o desenvolvimento do projeto na Escola São José. A superintendente de comunicação da ALE-RR, Sonia Lucia Nunes, ressalta que a vertente social também faz parte das pautas da emissora legislativa.
“A TV Assembleia vem cumprindo um papel muito relevante, que além de fornecer transparência às ações do Poder Legislativo, tem dado espaço e voz para a comunidade, mostrando as reivindicações da sociedade, a exemplo de pautas relativas ao meio ambiente, questões indígenas e agora também sobre esse lindo projeto oriundo de uma comunidade escolar”, destacou Nunes.
Uma das escolas mais tradicionais de Boa Vista
Já a diretora da TV e Rádio da ALE-RR, Camilla Dall’Agnol, destacou que tanto o projeto escolar quanto o documentário fazem uma homenagem a uma das escolas mais tradicionais de Boa Vista.
“O documentário parte das histórias dessas duas mulheres e, a partir delas, explicamos o projeto e como foram construídas as cartas dos alunos. Além disso, a escola São José vai completar 100 anos de história em 2024, então é também uma forma de celebrarmos o aniversário de uma das escolas mais antigas do Estado”, explicou Dall’Agnol.
Como foi o processo de construção do documentário
Por fim, Júlia Matos, jornalista responsável pelo documentário, frisou que a produção audiovisual foi construída com muita emoção, uma vez que conta histórias de superação tendo como pano de fundo o protagonismo feminino.
“Desse documentário, tiro como lição o amor, pois são mães que superaram tudo, que saíram de zonas rurais, deixaram tudo em busca de educação. Creio que o amor e a educação andam lado a lado. Eu levo comigo esse aprendizado de três meses de convivência”, declarou.
*Foto: Reprodução/TV Assembleia