Transplante de útero foi capaz de mudar a vida de uma australiana
No último dia 15 de dezembro, a australiana Kirsty Bryant, de 30 anos, deu à luz a um menino saudável. Isso só foi possível porque ela e sua mãe, Michelle, de 53 anos, passaram por uma extensa cirurgia que resultou no transplante do útero da mãe para a fila.
De acordo com a pesquisadora Rebecca Deans:
“O bebê Henry nasceu com um choro saudável… totalmente alheio ao fato de ter entrado nos livros de história.”
Transplante de útero contribuiu para gravidez
O nascimento do primeiro bebê na Austrália como parte de um estudo inovador sobre transplante de útero, conduzido no Royal Hospital for Women em Sydney, chegou. Com isso, Kirsty Bryant, de 30 anos, deu à luz a um menino saudável no dia 15 de dezembro, tornando-se a primeira pessoa no país a passar por esse procedimento.
O sonho que se tornou realidade
Em declaração ao site australiano Kidspot, Bryant descreveu seu recém-nascido, a quem chamou de Henry, como um “sonho que se tornou realidade”. Ela disse ainda que precisou passar pelo transplante porque, durante o parto de seu primeiro filho, Violet, enfrentou uma grande hemorragia e perdeu o útero. “Depois da minha histerectomia, ansiava desesperadamente por outro filho e senti que não havia muitas opções. Tem sido um ano turbulento, e ter Henry aqui, seguro, vai além de tudo que eu pensava ser possível”, afirmou Bryant.
Gratidão
Bryant expressou sua felicidade e gratidão à equipe médica que a apoiou durante esse processo e por ter tido a oportunidade de participar desse ensaio de pesquisa. “Isso me permitiu dar à luz outro bebê, algo que nunca pensei que faria novamente”.
Avanço para pesquisadores
Além disso, o nascimento do bebê representa um grande avanço para os pesquisadores Rebecca Deans e o cirurgião sueco Mats Brannstrom, que realizaram o transplante. Rebecca Deans comentou sobre o nascimento de Henry, que veio ao mundo por meio de cesariana, pesando saudáveis 2,9 kg. “O bebê Henry nasceu com um choro saudável… totalmente alheio ao fato de ter entrado nos livros de história”, diz pesquisadora Rebecca Deans. Este ensaio é o culminar de 25 anos de investigação colaborativa e persistência à escala global, por isso poder ver um bebê nascer aqui na Austrália é incrível. Este é certamente um ponto alto na minha carreira, e ver este avanço médico criando uma nova vida é extraordinário. Foi um dia emocionante para todos”, orgulha-se.
Em janeiro, a Sra. Bryant e sua mãe, Michelle, de 53 anos, passaram por uma extensa cirurgia que resultou no transplante do útero da mãe para a Sra. Bryant. E apenas três meses depois, a Sra. Bryant engravidou. Esse procedimento raro é geralmente realizado em mulheres que nasceram sem útero ou que tiveram que removê-lo cirurgicamente devido a complicações no parto.
“Isso dá esperança a outras mulheres com infertilidade por fator uterino de que podem ter um filho sem a necessidade de outras opções, como adoção e barriga de aluguel”, afirmou. Vale ressaltar que diferentemente de outros tipos de transplantes de órgãos, os transplantes de útero têm uma durabilidade de cerca de cinco anos. O procedimento permite que a mulher dê à luz, mas minimiza a probabilidade de efeitos colaterais.
Por fim, o professor Brannstrom, responsável pelo primeiro transplante de útero bem-sucedido do mundo na Suécia, que resultou em um nascimento vivo em 2014, retornou à Austrália para o nascimento de Henry. O Royal Women’s Hospital obteve aprovação para realizar seis cirurgias de transplante uterino como parte do ensaio clínico que está programado para ocorrer nos próximos três anos. O hospital informou ainda que, desde a cirurgia de Bryant, mais duas mulheres foram submetidas a um transplante de útero no Royal Hospital for Women, e uma delas também está grávida.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/ovario-de-papel-mantido-por-mulher-perto-de-seu-sistema-reprodutivo_24482695